J.P.C. GUTIERREZ - MANUTENÇÃO INDUSTRIAL/LUBRIFICAÇÃO GERAL DOS DISJUNTORES DE B.T.

 



A falta de lubrificação é o problema número um que os técnicos de teste enfrentam ao fazer a manutenção de disjuntores no campo. Todos os disjuntores vem com seus contatos lubrificados de fábrica, mas com o passar do tempo esse lubrificante seca, deixando o desgaste de metal com metal em seu lugar.

O resultado é um disjuntor que não abre, não fecha ou opera mais devagar que o normal. Para manter os disjuntores funcionando da melhor maneira possível, as seguintes áreas devem ser verificadas quanto à lubrificação adequada como parte de seu plano de manutenção elétrica preventiva:

1.) Conexões Primárias e Auxiliares

Ligar ou desligar um disjuntor, apresenta o maior risco para o pessoal. Se os encaixes primários (mostrados acima) não tiverem sido lubrificados, aumenta a força necessária para conectá-los a uma fonte de energia. À medida que o lubrificante fica pegajoso, será necessário mais esforço para inserir o disjuntor, aumentando o potencial de um incidente de arco elétrico.

Sempre que uma conexão de barramento é feita ou interrompida sem os extintores de arco , há um risco maior de arco elétrico. Operadores não qualificados são conhecidos por usar força excessiva ao encontrar intertravamentos ou outra resistência ao inserir ou retirar disjuntores. O dano resultante pode ser perigoso para o sistema de energia e para si mesmo.

Importante: Sempre revise a literatura do fabricante e familiarize-se com os procedimentos específicos necessários antes de tentar operar qualquer disjuntor.

Ao lubrificar disjuntores, não exceda na quantidade de lubrificante. Aplique uma fina camada de lubrificante nos pontos de conexão primário e secundário, apenas o suficiente para reduzir a resistência da conexão mecânica. Evite o acúmulo excessivo de lubrificação que acabará atraindo sujeira e outros depósitos.

2.) Articulações e Contatos Fixos e Móveis

Como um disjuntor transporta carga, o calor é produzido pelas perdas de corrente por efeito Joule no caminho da corrente. Quanto maior a corrente de carga, maiores serão as perdas e mais calor será produzido. O calor aumenta a taxa na qual os lubrificantes secam, mesmo que os disjuntores sejam exercitados regularmente.

A graxa é forçada a sair dos pontos de pressão ao longo do tempo, os pontos exatos que mais precisam de lubrificação. Acionar o disjuntor moverá os lubrificantes de volta aos pontos de pressão. No entanto, todos os lubrificantes eventualmente secarão com o tempo e precisarão ser substituídos.

Ao contrário dos relés e instrumentos on/off, os contatos do disjuntor geralmente não devem ser lubrificados. O calor do fluxo de corrente através dos contatos quebra o lubrificante e faz com que a resistência de contato aumente. Pode ser aceitável aplicar uma camada extremamente fina de lubrificante para proteger contra corrosão em certas atmosferas.

Cada vez que os contatos são abertos ou fechados, ocorre um arco nas superfícies de contato, quebrando o lubrificante ainda mais rapidamente. Testes de resistência de contato são usados para ajudar a detectar resistência anormalmente alta nessas superfícies, o que pode indicar lubrificação deteriorada ou corrosão nos contatos principais.

3.) Mecanismo Operacional

Assim como o exercício é bom para o corpo, operar um disjuntor é essencial para manter seu mecanismo em boa saúde. Simplesmente operar um disjuntor regularmente irá soltar a graxa que ainda é viável e espalhá-la.

Certifique-se de inspecionar o estado de lubrificação das faces e roletes da trava. Se a lubrificação estiver suja, empoeirada ou espessa, ela precisa ser substituída.

4.) Lubrificação dos contatos eletricos

Pasta cobreada para contatos elétricos


 Uma superfície de contato (por exemplo, estanho ou cobre) dos contatos de um disjuntor parece lisa a olho nu, mas sob um microscópio a superfície parece uma cordilheira recortada – uma série de picos e vales microscópicos. Para que uma conexão seja bem feita, essas duas cadeias de montanhas se unirão. A corrente flui apenas onde os picos microscópicos se tocam – imagine um contato conduzindo apenas onde os picos das montanhas desses picos e vales se juntam; a graxa do conector ficará nos vales, longe dos picos das montanhas (conhecidas como asperezas).

Então, a olho nu, pode parecer que se uma graxa for aplicada entre as superfícies de contato, ela será um isolante, mas em termos microscópicos, uma graxa cobreada de para contatos de qualidade não vai "atrapalhar" as asperezas/picos das "montanhas", ela é espremida fora do caminho das asperezas durante o acoplamento do conector. Uma vez no lugar, a graxa cobreada selará efetivamente a área de contato, evitando a oxidação – evitando que o ar entre na área para que não ocorra degradação da superfície. Ainda outro benefício de usar uma graxa cobreada é que qualquer movimento de fricção entre as superfícies de contato é lubrificado pela presença do lubrificante.

OBSERVAÇÕES

  1. Um lubrificante condutivo de qualidade não causa nenhuma resistência/impedância de circuito extra significativa. Testes em conjuntos de contatos fixos/móveis lubrificados e não lubrificados mostram praticamente nenhuma diferença na resistência de contato.
  2. Uma pasta cobreada não é condutiva, mas é classificada como dielétrica (não termicamente ou eletricamente condutiva).
  3. Uma graxa não atrai sujeira. A graxa atuará como uma barreira ambiental, mas não é polarizada de forma a atrair a sujeira.
  4. Em relés espaciais com contatos folheados a ouro muitas vezes ainda precisará de uma graxa de conector, pois o revestimento de ouro é microscopicamente poroso e pode ser facilmente comprometido, especialmente durante o acoplamento inicial do conector.

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